Quadro "O Pesadelo" de Henry Fuseli (1741-1825)

* A Peste Onírica é um delírio subversivo. Postamos aqui nossas réles "produçõezinhas"; nossos momentâneos surtos de divagações em nome do Real do Simbólico e do Imaginário. Estão aqui nossos ensaios para que possamos alçar outros vôos num futuro próximo. Aproveitem os links, os materiais, as imagens, as viagens. Sorvam nossas angústias, nossas dores e masquem nossa pulsão como se fosse um chiclete borrachento com sabor de nada. Pirateiem, copiem, contribuam e comentem para que possamos alimentar nosso narcisismo projetivo. E sorvam de nossa libido, se assim desejarem.


sábado, 10 de agosto de 2013

A Medicalização da Vida - Documentários e textos:



A ritalina e os riscos de um 'genocídio do futuro':

Para uns, ela é uma droga perversa. Para outros, a 'tábua de salvação'. Trata-se da ritalina, o metilfenidato, da família das anfetaminas, prescrita para adultos e crianças portadores de transtorno de deficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Teria o objetivo de melhorar a concentração, diminuir o cansaço e acumular mais informação em menos tempo.

Ocorre que essa droga pode trazer dependência química, pois tem o mesmo mecanismo de ação da cocaína, sendo classificada pela Drug Enforcement Administration como um narcótico. No caso de consumo pela criança, que tem seu organismo ainda em fase de formação, a ritalina vem sendo indicada de maneira indiscriminada, sem o devido rigor no diagnóstico. Tanto que, no momento, o país se desponta na segunda posição mundial de consumo da droga, figurando apenas atrás dos Estados Unidos. Como acontece com boa parte dos medicamentos da família das anfetaminas, a ritalina 'chafurda' a ilegalidade, com jovens procurando a euforia química e o emagrecimento sem dispor de receita médica. Fala-se muito que, se não fizer o tratamento com a ritalina, o paciente se tornará um delinquente. "Mas nenhum dado permite dizer isso. Então não tem comprovação de que funciona. Ao contrário: não funciona", critica a pediatra Maria Aparecida Affonso Moysés, professora titular do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. “A gente corre o risco de fazer um genocídio do futuro. Mais vale a orientação familiar”, encoraja a pediatra, que concedeu entrevista, a seguir, ao Portal Unicamp.

"Portal Unicamp – Quem está sendo medicado?

Cida Moysés – São as crianças questionadoras (que não se submetem facilmente às regras) e aquelas que sonham, têm fantasias, utopias e que ‘viajam’. Com isso, o que está se abortando? São os questionamentos e as utopias. Só vivemos hoje num mundo diferente de 1.000 anos atrás porque muita gente questionou, sonhou e lutou por um mundo diferente e pelas utopias. Quando impedimos isso quimicamente, segundo a frase de um psiquiatra uruguaio, “a gente corre o risco de estar fazendo um genocídio do futuro”. Estamos dificultando, senão impedindo, a construção de futuros diferentes e mundos diferentes. E isso é terrível".

Ler toda entrevista:




Para colaborar com o tema da entrevista, podemos, também, assistir dois documentários:


A Medicalização da Vida (Nau dos Insensatos):



Psiquiatria: A Indústria da Morte (Completo):



Por garantia, caso o link seja invalidado, temos estes de reserva:
Primeira parte de 11: http://youtu.be/c1NF7x-yfuc




* Sugestão de um livro organizado pela Universidade do Estado de Minas Gerais, que traz o debate muito interessante sobre o DSM-V:

Este livro faz parte do Movimento Internacional STOP-DSM. Este movimento foi criado internacionalmente para debater o Manual diagnóstico. Manifestos que questionaram validade das categorias diagnósticas do DSM e seu impulso medicalizante. Esses manifestos visam a apontar para outra prática diagnóstica possível. Infelizmente o DSM-V foi aprovado em junho de 2013 (se não me engano). Mas, o debate e a busca de alternativas são contínuos.


Um livro para leitura (imprescindível) que infelizmente não encontrei na net, mas pode ser buscado em várias bibliotecas: “O Livro Negro da Psicopatologia Contemporânea”, Org. Alfredo Jerusalinsky.




Outros artigos:






Imagens do Filme, "Um Estranho no Ninho" (Eternamente um Clássico).

“A única vantagem que um psicanalista tem o direito de tirar de sua posição, sendo-lhe esta reconhecida como tal, é a de se lembrar, com Freud, que em sua matéria o artista sempre o precede e, portanto, ele não tem que bancar o psicólogo quando o artista lhe desbrava o caminho”.
 (LACAN, Outros Escritos. 2003 p. 200).





Nenhum comentário:

Postar um comentário

AddThis