“O que se apresenta na violência é o horror despido de qualquer revestimento simbólico, é o fascínio pelo objeto que preencheria toda a necessidade. Há uma dimensão na atualidade que diz respeito ao caráter público, midiático, televisivo, globalizado da violência cotidianamente mostrada, como fatos que fazem parte dos noticiários diários, nacionais e internacionais, que se conclui pela banalização da violência e pela redução da dimensão subjetiva do humano à imagem. Enfim, a violência virou espetáculo televisivo, cinematográfico e jornalístico, cujas imagens globalizadas imprimem simultaneamente o efeito de horror e fascínio”.
Seguem alguns documentários (curtas) sobre violência policial. Nestes documentários é essencial compreender o “discurso” da violência por parte do estado – daquele que hipoteticamente nos deveria servir de escudo protetor, no entanto, ele reflete o momento de crise do laço social, uma crise da palavra como símbolo mediador; o que provoca, consequentemente, uma passagem ao ato – brutal passagem ao ato que reafirma a ruptura do laço social ou de qualquer outro sentido protetivo.
PAZ… a paz só encontra sentido na palavra – palavras são ações de paz. As possibilidades de intervenção sobre a violência, bem como sobre o discurso que produz a violência, requerem um cuidado especial sobre nossas intervenções, cuidar para não reproduzirmos os mesmos discursos de violência. Apostarmos na fala do sujeito e numa escuta social, ou seja, apostarmos que a palavra não perdeu o seu vigor. Analisar a violência à luz de um esforço de resgate da dignidade da insatisfação. Precisamos recuperar o direito de cada um à insatisfação e ao mal-estar que alimentam o laço social. Recuperar a palavra, a linguagem que nos guia é recuperar a paz.