sábado, 26 de outubro de 2013
Imagem é Tudo:
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
Obras de Hannah Arendt, Adorno, Benjamin e Habermas disponíveis para download [Revista Biografia]
Então, é isso, algumas obras destes pensadores para download. São 39 itens no google drive. Possivelmente não ficarão por muito tempo disponíveis, o jeito é abaixar logo.
Para fazer o download das obras clique no link abaixo:
Adorno, Benjamin, Habermas e Hannah Arendt
Pode também dar uma espiada no blogui:
Link original da postagem:
http://sociedadedospoetasamigos.blogspot.com.br/2013/09/39-obras-de-hannah-arendt-adorno.html
terça-feira, 15 de outubro de 2013
domingo, 6 de outubro de 2013
Notícias de uma guerra particular (Filme) X Por um novo modelo de polícia no Brasil:
Filmado ao longo de dois anos (1997-1998), o documentário “Notícias de uma Guerra Particular” retrata o cotidiano doloroso da batalha contra o narcotráfico no Rio de Janeiro. O cineasta João Moreira Salles e a produtora Kátia Lund dividiram a direção e o roteiro do filme, que conta com a participação de conhecidos nomes da área de segurança pública do estado, como o ex-capitão do BOPE e atual comentarista de segurança da Rede Globo, Rodrigo Pimentel. Foi da fala do próprio Pimentel que saiu o título para o filme.
Ao longo do documentário, conhecemos o dia-a-dia dos três lados mais diretamente envolvidos (e prejudicados) por essa “guerra particular”: o policial, o traficante e o morador da favela. Os lados fortemente armados do conflito fazem afirmações, porém já conhecidas: os traficantes que aprendem a matar desde criança acham tudo normal e os policiais que matam sentem a sensação de “dever cumprido”. Já os moradores, presos no meio do fogo cruzado, ficam divididos e acabam sendo prejudicados de todas as formas possíveis, já que a ameaça é constante e vem tanto dos criminosos como do Estado.
“Notícias de uma Guerra Particular” tem o grande mérito de expor uma realidade que muitos preferem ignorar. O filme, lançado em 1999, continua extremamente atual, o que é visível pela fala do ex-chefe da Polícia Civil, Hélio Luz:
“(...) a polícia precisa ser corrupta e violenta, nós fazemos a segurança do Estado, (...) temos que manter os excluídos sob controle. Vivemos numa sociedade injusta e a polícia garante essa sociedade injusta (...)”.
Veja o documentário abaixo:
NOVO MODELO DE POLÍCIA:
Artigo de Marcos Rolim
Esta semana, o Senador Lindbergh Farias (PT-RJ) apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC 51) que reformula o atual modelo de polícia.
A proposta é avançada e pretende corrigir destacadamente duas distorções: a absurda partição do ciclo de policiamento e a inexistência de carreiras únicas em cada instituição policial.
Explico: em todo o mundo civilizado cada polícia atua desde os serviços de patrulhamento até as tarefas de investigação. Como regra, os patrulheiros atuam uniformizados e os policiais dos departamentos de investigação se dedicam ao esclarecimento de crimes. Estas duas dimensões básicas do trabalho policial conformam o chamado “ciclo de policiamento” e estão presentes em todas as polícias do mundo, menos no Brasil. Aqui, por razões históricas, optamos pela partição do ciclo, atribuindo à Polícia Militar (PM) o patrulhamento e à Polícia Civil (PC) a investigação, razão pela qual não temos duas polícias em cada estado, mas duas metades de polícia. É esta divisão do ciclo a responsável pela persistente hostilidade entre as duas polícias que, como regra, não dividem informações, não compartilham recursos e alimentam infinitas disputas de prerrogativas. Não satisfeito em criar estas metades de polícia, o modelo vigente ainda produziu um segundo “corte”, desta vez horizontalmente dentro de cada instituição. Nas PCs, o corte se dá entre delegados e não-delegados e na PMs, entre oficiais e não-oficiais. Cada uma destas camadas se organiza a partir de interesses específicos e mecanismos de seleção diferentes e, entre elas, há enormes desigualdades salariais, de poder e prestígio. Como resultado, temos instituições fraturadas, que não oferecem aos policiais uma carreira de verdade; motivo pelo qual as polícias brasileiras nunca completam seus efetivos. Também aqui, nosso modelo é único. Em todo o mundo, há uma só carreira em cada polícia. Assim, nas democracias avançadas, todo o chefe de polícia terá sido patrulheiro, porque todos os policiais iniciam no serviço rotineiro de patrulha. Depois, na medida em que dão mostras de suas capacidades, vão progredindo na carreira.
No Brasil, não temos, ainda, sequer um campo autônomo da segurança pública. Nossas duas metades de polícia se originam de outros dois “campos”: as PMs, do campo da Defesa e as PCs, do campo da Justiça. As primeiras, espelhadas no Exército, foram vocacionadas para a guerra; as segundas, espelhadas no Judiciário, foram vocacionadas para os tribunais; o que faz com que, ainda hoje, muitos policiais se imaginem “guerreiros” ou “juízes”. Também por estes mitos, não avançamos na construção de polícias democráticas e eficientes.
Neste quadro, a PEC 51 desconstitucionaliza o modelo de polícia, permitindo que Estados e Municípios sejam protagonistas na definição das polícias que desejam. Uma boa noticia, em síntese. Talvez o Brasil também tenha acordado para a gravidade do tema e se tenha criado a oportunidade de discutir o cesto ao invés das maçãs.
(E então???)
Lembramos do Pedreiro Amarildo, assassinado pela PM do RJ. E, então?
Lembramos da BM do RS, prendendo e batendo em professores e militantes sociais. E, então?
!!!
terça-feira, 1 de outubro de 2013
Porque deixar de ser racista, meu amor, não é comer uma mulata!
“Mas que nega linda
E de olho verde ainda
Olho de veneno e açúcar!
Vem nega, vem ser minha desculpa
Vem que aqui dentro ainda te cabe
Vem ser meu álibi, minha bela conduta
Vem, nega exportação, vem meu pão de açúcar!
(Monto casa procê mas ninguém pode saber, entendeu meu dendê?)
Minha tonteira minha história contundida
Minha memória confundida, meu futebol, entendeu meu gelol?
Rebola bem meu bem-querer, sou seu improviso, seu karaoquê;
Vem nega, sem eu ter que fazer nada.
Vem sem ter que me mexer
Em mim tu esqueces tarefas, favelas, senzalas, nada mais vai doer.
Sinto cheiro docê, meu maculelê, vem nega, me ama, me colore
Vem ser meu folclore, vem ser minha tese sobre nego malê.
Vem, nega, vem me arrasar, depois te levo pra gente sambar.”
Imaginem: Ouvi tudo isso com calma e sem dor.
Já preso esse ex-feitor, eu disse: “Seu delegado…”
E o delegado piscou.
Falei com o juiz, o juiz se insinuou e decretou pequena pena com cela especial por ser esse branco intelectual…
Eu disse: “Seu Juiz, não adianta! Opressão, Barbaridade, Genocídio nada disso se cura trepando com uma escura!”
Ó minha máxima lei, deixai de asneira
Não vai ser um branco mal resolvido que vai libertar uma negra:
Esse branco ardido está fadado porque não é com lábia de pseudo-oprimido que vai aliviar seu passado.
Olha aqui meu senhor:
Eu me lembro da senzala e tu te lembras da Casa-Grande e vamos juntos escrever sinceramente outra história
Digo, repito e não minto:
Vamos passar essa verdade a limpo porque não é dançando samba que eu te redimo ou te acredito:
Vê se te afasta, não invista, não insista!
Meu nojo!
Meu engodo cultural!
Minha lavagem de lata!
Porque deixar de ser racista, meu amor, não é comer uma mulata!
//Poesia de Elisa Lucinda, declamada pela autora no show “Por uma vida sem violência”, produzido no contexto da Campanha “16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres”.