Quadro "O Pesadelo" de Henry Fuseli (1741-1825)

* A Peste Onírica é um delírio subversivo. Postamos aqui nossas réles "produçõezinhas"; nossos momentâneos surtos de divagações em nome do Real do Simbólico e do Imaginário. Estão aqui nossos ensaios para que possamos alçar outros vôos num futuro próximo. Aproveitem os links, os materiais, as imagens, as viagens. Sorvam nossas angústias, nossas dores e masquem nossa pulsão como se fosse um chiclete borrachento com sabor de nada. Pirateiem, copiem, contribuam e comentem para que possamos alimentar nosso narcisismo projetivo. E sorvam de nossa libido, se assim desejarem.


sábado, 26 de outubro de 2013

Imagem é Tudo:



 


Vontade de comer, engolir imagens, viver dentro de imagens... Nos últimos anos, aperfeiçoou-se tanto a técnica e a tecnologia das produções de fotos e suas nuances, que elas atingiram tamanha perfeição. Um Vislumbre de imagens. Talvez, por conta desse aspecto refinado das imagens, podemos dizer que vivemos num presente intimamente ligado ao olhar, a imagem e a aparência (esses aspectos narcísicos da constituição psíquica e, consequentemente de nossa cultura). Justamente por isso, a imagem tem tamanha importância na cultura presente ou contemporânea. Vou repetir uma citação do Walter Benjamin que gosto muito e, sem dúvida, representa peculiarmente esse assombroso e deslumbrante mundo imagético, pois sim, as imagens pertencem à esfera do imaginário. "O analfabeto do futuro será aquele que não souber ler imagens", ou seja, o iletrado poderá ser um sujeito incapaz de interpretar o mundo imagético - um mundo resumido somente ao visual. 

Será que sobre tudo isto paira um certo perigo? Porque aquilo que aparece perante nós (apesar de todas as ilusões), pode não ser uma obra, uma produção, mas simplesmente, imagem - a imagem como entidade autônoma, desligada de qualquer contexto ou sentido, de qualquer critério que não seja o seu próprio brilho. Estamos falando de uma pretensa impotência da palavra perante a ascensão das formas imagéticas, por tanto, a fragilização da esfera simbólica.



Desejo de viver no quadro mais perfeito do mundo, na fotografia mais viva da história humana, no click do momento perfeito, na manipulação mais genial da imagem. Eu desejo esse inominável, que só meus olhos me fazem crer e perceber e que minhas pulsões querem comer. Eu sou um comedor de imagens. Comedor de perfeição.  


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