Um resumo de experiência: (Fala proferida aos estudantes do 1° e 2° semestre de Psicologia da UNIJUÍ)
Partiremos de uma primeira questão:
- O que são processos sociais?
Tentando responder:
É aquilo que circunda a condição humana: (movimentos, mudanças, condição sócio-histórica no contexto de cada época). Os processos sociais são referidos as questões macro e micro histórica. Primeiro, a leitura de um todo da sociedade, numa amplitude mais abrangente conforme seus aspectos inerentes ao socios. Depois, e o mais importante, refere-se as questões do indivíduo, as questões do sujeito: as suas singularidades e a sua subjetividade. A partir disso poderemos ter uma leitura dos processos sociais.
Em Psicologia das Massas e Analise do Ego (1921), Freud nos oferece uma “bomba” quando nos diz o seguinte:
“A psicologia individual é ao mesmo tempo uma psicologia social”.
Em meu estágio trabalhei, por exemplo, com o processo de exclusão social, de vulnerabilidade social e com o fenômeno da violência. Na prática trabalhei com várias subjetividades, aquilo que é de cada sujeito e que comumente dizemos: cada caso é um caso, respeitando, assim, aquilo que vem de maneira singular: o pedido, a demanda, o sofrimento de cada sujeito.
Eugène Enriquez nos oferece esta máxima:
“Torna-se claro que o indivíduo não existe fora do campo social... A psicanálise é uma ciência psicosocial tendo como característica perceber que é a outra cena (aquela do inconsciente, aquela do imaginário) é tão interessante quanto aquela do visível, o objeto habitual das ciências sociais”.
O estágio em ênfase social, erroneamente, parece se confundir com um trabalho meramente burocrático, de pesquisas e entrevistas.... Especialmente aquilo que não é da clínica, por exemplo. E, enquanto, estudantes de psicologia, estamos ávidos pelo atendimento clínico. Mas lhes digo, na ênfase social também produzimos uma escuta – a escuta do social, portanto, temos como prática a clínica do social. A ferramenta (instrumento) essencial de qualquer prática referente a psicologia, sem dúvida é a clínica, bem como as suas ferramentas teóricas que garantem um lugar ético e profissional. O método clínico dentro das instituições é o pilar mestre, independente do projeto que se escolhe. No meu estágio procurei marcar uma posição ética a qual, por minhas afinidades, foi a ética da psicanálise.
Meu estágio em ênfase social foi no CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social do Município de Ijuí. O objetivo era trabalhar junto as famílias dos adolescentes que cumpriam medidas sócio-educativas de internação, ou seja, adolescentes infratores.
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