“Os fatos nesta história
são na sua essência verdadeiros, e apenas o acaso impediu que não acontecessem
como o que se conta”. (Fragmento do filme)
A frustração, decepção sofrida
pelos moradores de Guaratiba/Rio de Janeiro, que não mais receberão o papa, se
assemelha e muito com a história contada no filme “O Banheiro do Papa”. Melo
1988 e Guaratiba 2013 é como um túnel do tempo. Calafrio na espinha.
*
O Banheiro do Papa (El
baño del Papa, em espanhol, e Les toilettes du pape, em francês), é um filme
franco-uruguaio-brasileiro de 2007, escrito e dirigido por César Charlone e
Enrique Fernández.
Baseado em um fato
real, o filme retrata o impacto da visita do Papa João Paulo II, em 1988, em
uma cidade do Uruguai, Melo, próxima à fronteira com o Brasil, onde muitos
habitantes vivem de pequenos serviços, como contrabandear de bicicleta,
produtos de consumo comprados em Aceguá, Rio Grande do Sul. A vinda do Papa é
anunciada pela imprensa com grande alarde, noticiando milhares de pessoas no
evento. No panorama de dificuldade de emprego e oportunidades, a vinda do Papa
é vista pela população de Melo como uma oportunidade de abrandar a pobreza.
Um dos muambeiros da
cidade é Beto, que vive em condições financeiras muito difíceis, com a esposa
Carmen e Sílvia, filha que sonha ser jornalista. Para a realização do sonho da
filha, Carmen guarda todas as suas economias. Mas Beto precisa comprar uma motocicleta
para melhorar seus negócios de contrabando e vê na construção de um banheiro
para a visita do Papa a solução.
O diálogo entre as vizinhas
(Teresa e Carmen) é fantástico:
_ Vou vender sanduiche
no dia do Papa!
_ Vai usar o Papa para
fazer negócio?
_ Não, não é negócio.
Vou Trabalhar e aproveitar esse dia, como todos. Valvulina vai montar uma
barraca de chouriços.
_Acredito que virá
bastante gente, sim. Mas me parece que deus castiga essas coisas.
_ Castigo? Castigo são
os políticos que temos agora. O que precisamos é de um milagre.
(Enquanto dialogavam, Teresa
consertava uma torneira: “Não sei
consertar, mas a gente aprende!”)
Outra cena emblemática
do filme é o churrasco entre os vizinhos, com um memorável batuque afrolatino
fazendo o contraponto a visita do pontífice católico. O churrasco representa a união
de um coletivo excluído, a esperança das pessoas e a solidariedade entre os “de
baixo”, a mistura de culturas (negros, latinos, brancos pobres) e o sonho de
fazer e ser. Assim, como o simples gesto de aprender a consertar uma torneira,
podemos mudar, podemos romper. A utopia não pode morrer!
Filme completo:
O filme foi retirado do tube... pse pse pse...
Resta-nos os comentários (da veja ainda por cima, ignorem):
Filme Original em espanhol (parte 1):
Resta-nos os comentários (da veja ainda por cima, ignorem):
Filme Original em espanhol (parte 1):
Mas o papa acaba não indo a
Melo, muito menos a Guaratiba, para desespero dos moradores.
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Guaratiba/RJ - 2003. O Papa Francisco não foi! |
Um comentário:
Putz, removeram o filme do tube, mas que diabo! Sorry!
Resta la pelicula en español:
http://youtu.be/x4ohP2FSZDs (Parte 1)
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