Essa música vai no coração:
("Vc teria por ele o mesmo amor, se Jesus fosse um homem de cor?")
Enquanto continuamos a debater as cotas raciais no Brasil, temos os que querem as cotas para negros, e os que a rejeitam, todos com bons argumentos. Principalmente para nós que debatemos em nossas salas de aula, aonde, na maioria das vezes, nem sequer existe um estudante negro.
A questão não são as cotas, são os negros, mas tememos dizer isso diretamente, então encontramos racionalismos polidos em argumentos que escondem nosso racismo histórico. Poucos de nós, branquelos, sabem dizer dos movimentos negros do Brasil, que dirá no mundo. Estes movimentos são moções para garantias de direitos. Nas décadas de 60 e 70 surgiu no Mundo um movimento chamado Black Power que trouxe muitas influências ao Brasil, principalmente culturais ligadas a música. Em 1977 o Rio de Janeiro vivia a gênese dos bailes black, imensas aglomerações populares em torno da soul music, do funk e do orgulho negro.
Um artista brasileiro (cantor, compositor) chamado Toni Tornado, desafiou a ditadura militar, com um gestual e repertório que lembravam o radicalismo dos Panteras Negras. O auge da transgressão foi em 1971, quando apresentou, junto com a cantora Elis Regina, a música “Black is beautiful”: (http://youtu.be/wvsyRzO5Ie8)
Durante a canção, Tornado cerrou os punhos, fazendo o gesto que caracteriza os Black Panthers, o que ocasionou sua prisão ainda no palco, do qual saiu algemado.
Não bastasse a polêmica performance, a musica sugere a superioridade do homem negro em relação ao branco e retrata o desejo de uma branca de “integrar seu sangue europeu” ao de um negro, invertendo a lógica das relações sexuais no Brasil que normativamente se dariam entre a mulher negra e um homem branco – relações estas que causaram um ressentimento muito grande na sociedade brasileira da época.
Existe democracia racial no Brasil?
Quem foram os Panteras Negras?
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