Quadro "O Pesadelo" de Henry Fuseli (1741-1825)

* A Peste Onírica é um delírio subversivo. Postamos aqui nossas réles "produçõezinhas"; nossos momentâneos surtos de divagações em nome do Real do Simbólico e do Imaginário. Estão aqui nossos ensaios para que possamos alçar outros vôos num futuro próximo. Aproveitem os links, os materiais, as imagens, as viagens. Sorvam nossas angústias, nossas dores e masquem nossa pulsão como se fosse um chiclete borrachento com sabor de nada. Pirateiem, copiem, contribuam e comentem para que possamos alimentar nosso narcisismo projetivo. E sorvam de nossa libido, se assim desejarem.


sábado, 14 de novembro de 2009

O que é Escrever? Que Implicações tem este Gesto?

Por: Lu May


É estranho chamar de delicado aquilo que nos angustia. A arte, seja ela qual for, é de alguma forma, uma obra de angústia. É um processo criativo ligado ao inconsciente.


Existe um desejo que está presente em toda produção, está inclusive em nossa fala, em todos os versos possíveis. Então, escrever ou fazer arte é falar em nome do desejo movido pelas pulsões; é, sem dúvida, falar de vida e morte (princípio de prazer versus princípio de realidade).


A produção artística tem uma força (drag) que faz a simbolização e traz para a realidade a subjetividade do sujeito. É uma força voraz de significantes – uma vez instituída a linguagem, o sujeito não pára mais. A rede de associações significantes vai circulando infinitamente envolta do buraco faltoso. E não sabemos para onde isso vai nos levar.


Existe algo (que podemos dizer – um algo a mais nas escrituras)... Figuras que o sujeito oculta e revela simultaneamente – os mitos da estrutura do sujeito. A escritura não se faz por si só. Ao tomarmos a obra de algum autor, logo casamos com sua vida. Impossível tomá-la em separado.


Todos nós fazemos ficção, todos nós marcamos a vida com escrituras... A vida de qualquer sujeito daria um livro – escrever é fazer mitos e é representar esses mitos. Escrever é uma tragédia! Quem tem vivência, tem material e esse material tem um sentido. A fala é uma escritura (a escritura é uma fala) com sentido representativo que tenta dar conta do real...

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