
Por: Gonzalo Penalvo
Como quizera me desfazer, partir-me num infinito de pedaços, dissolver meu Eu no todo, anulando toda tensão em mim contida. Sem mais conflito, medo ou dor, minha essência dissipada na escuridão. Em meus pensamentos ressoa uma canção de morte, melodia inerte proibida para os ouvidos dos vivos. Morte, em suas mãos quero fazer meu leito, repouso absoluto, descanso eterno. Em ti encontrarei liberdade e salvação. Resolve, por fim, a incompletude de minha existência. Faz-me pleno em sua negra profundidade, absorva-me em seu vazio de perfeição. Meu ser a busca numa ansiosa passividade, letargia. Letargia me consome. Letargia, me consuma!
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