Quadro "O Pesadelo" de Henry Fuseli (1741-1825)

* A Peste Onírica é um delírio subversivo. Postamos aqui nossas réles "produçõezinhas"; nossos momentâneos surtos de divagações em nome do Real do Simbólico e do Imaginário. Estão aqui nossos ensaios para que possamos alçar outros vôos num futuro próximo. Aproveitem os links, os materiais, as imagens, as viagens. Sorvam nossas angústias, nossas dores e masquem nossa pulsão como se fosse um chiclete borrachento com sabor de nada. Pirateiem, copiem, contribuam e comentem para que possamos alimentar nosso narcisismo projetivo. E sorvam de nossa libido, se assim desejarem.


quarta-feira, 20 de julho de 2011

Que Cheiro tem o Amor?



*** Por Nairana Melo - 19/07/2011...

Ele tinha cheiro de vento norte! Disse uma amiga, numa conversa de bar. Olhares estranhos por segundos... Mas, o que é um cheiro de vento norte?
- Ora! Vocês nunca sentiram o cheiro do vento norte?
Não! Acho que nunca senti cheiro de vento norte! Mas, já senti cheiro de rosas, jasmim, de folhas secas caindo no outono, de inverno, verão, primavera... O amor é o cheiro de quem se ama. O amor é isso, cheiro, que só quem ama sabe descrever. Só quem já amou pode falar do amor. Aqueles que nunca amaram, não sabem retribuir, tampouco, entender o que é um cheiro de vento norte.
Amo porque amo o amor. Não consigo imaginar nada mais belo do que o amor, nada mais embriagante que beber do amor... amar não tem medida, não ora, não tem lugar, só sabemos discursar sobre o amor, quando dele somos tomados.
Amar é dizer de nós. É falar dos nossos desejos, dos nossos sonhos, das nossas esperanças, das nossas fraquezas. Amar é ser por vezes ridículo e, às vezes, loucos.. Nada é pequeno no amor. Quem espera os grandes momentos, para declarar seu amor a alguém, é porque não ama.
Para quem ama, o amor tem cheiro de vento, cheiro de rosas, cheiro de folhas caindo no outono, cheiro de jasmim, cheiro de chá... Cheiro do mundo, cheiro de vida!
Às vezes, esse cheiro nos reporta ao sofrimento. Esse tal amor pode nos doer. Mas, é preciso sofrer e depois de ter sofrido, amar mais ainda, depois de ter amado. Diria Mario Quintana "tão bom morrer de amor e continuar vivendo". É isso o amor, só é amor quando dele tiramos a força para viver e desejar sempre estar ao lado de quem se ama...
Enfim, ele tinha cheiro de vento norte! Tinha cheiro de amor...

Dedicado a todos que um dia já amaram e sabem falar do cheiro do seu amor... 

3 comentários:

Anônimo disse...

Ótimo Nairana...muito emotivo, você tem uma sensibilidade especial...

Os cheiros trazem consigo um universo de lembranças...saudades dos cheiros de Ijuí mesmo, do feijão cozinhando na panela, das frutas tropicais: as bergamoteras, as abacateras, do mamão ou do abacaxi...da cidreira e do chimarrão, da chuva e da terra velmelha, da horta, dos cachorrinhos...e do cheiro da pessoa que abraças bem forte...posso ligar cada umo delos com uma lembrança e disenhar perfeitamenten na minha cabeça todas as imagens apenas fechando os olhos e revivier cada uma das experiencias que façem me chegar perto de vocês na distancia...

Parabens amiga,

Ana

Adri disse...

Lembrei da música, Nai: "Sopra forte, vento norte, antes que esta chuva caia, quero ver a chinoquinha segurar a sua saia..." Lindo texto! Bj grande amiga

Adri disse...

Luiza diz: "Que lindo, mãe!" Lindo mesmo, eu respondo. Parabéns!

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