Quadro "O Pesadelo" de Henry Fuseli (1741-1825)

* A Peste Onírica é um delírio subversivo. Postamos aqui nossas réles "produçõezinhas"; nossos momentâneos surtos de divagações em nome do Real do Simbólico e do Imaginário. Estão aqui nossos ensaios para que possamos alçar outros vôos num futuro próximo. Aproveitem os links, os materiais, as imagens, as viagens. Sorvam nossas angústias, nossas dores e masquem nossa pulsão como se fosse um chiclete borrachento com sabor de nada. Pirateiem, copiem, contribuam e comentem para que possamos alimentar nosso narcisismo projetivo. E sorvam de nossa libido, se assim desejarem.


sábado, 16 de abril de 2011

Documentário "O dia que Durou 21 Anos"

Passeata do Cem Mil - Brasil 1968

Os anos de chumbo no Brasil aparecem como uma memória rasa. E tudo que possa vir em  lembrança desta época, da Ditadura Militar, parece ser um delírio. Classificam esta parte da história como uma subversão. As resistências são tão poderosas que a ditadura continua a cometer censuras e barreiras. Quando digo que é um delírio, é porque tem um mecanismo em nossa sociedade que tenta fazer, desta memória, uma coisa que não existiu. E quando alguém mostra, ou se mostra publicamente, sobre o tema do golpe militar de 64, ele corre o risco de ser taxativamente, classificado como um louco. Existe uma questão obscura que oculta um passado de resistência e morte.  

Existem grupos que defendem intempestivamente este momento histórico, cultuam os pressupostos deste período com relativo gozo de prazer. Acreditam eles que a sociedade deveria se pautar nos princípios do período militar e, ainda, voltar ao estado de ditadura. Anseiam pela volta da Doutrina Nacional, com conceitos que foram incorporados nos mais diversos materiais de estudo das academias militares e, mesmo, em segmentos da educação. Quanto a esta última, muitas coisas, felizmente se transformaram e se transformam continuamente. A Doutrina Nacional contém princípios destinados a manter um status quo. Tais princípios evidenciam a figura do inimigo público, rotulado de comunismo ateu, perverso, expansionista, agitador e desestabilizador da ordem constituída. Então, todo aquele que questionar é necessariamente um inimigo. Eles  refutam os Direitos Humanos, desqualificando e negando a diferança dos homens, das classes e de suas aspirações de liberdade.

Desqualificar aqueles que anseiam pela abertura de nossa memória é praxe de alguns grupos dentro da sociedade brasileira. Nos assusta um pouco, quando estes grupos, tem se mostrado, ultimamente nos meios de comunicação, mas, principalmente nas mídias eletrônicas e alternativas. Penso, que eles, de certa forma, se fortalecem nos meios alternativos e se expressão da forma mais violenta e cruel, a exemplo, o preconceito selvagem contra homossexuais, nordestinos, negros e outros grupos das minorias organizadas. Lógico, que o preconceito não se restringe a seguidores da doutrina dos regimes autoritários. No entanto, eles se aproveitam desta deixa para formar facções que dizem preservar os "bons costumes" da família e da ordem social.

Nós não queremos o terror institucionalizado, pois entendemos que é uma afronta aos Direitos Humanos.
Faz anos que certos setores da sociedade civil lutam e se movimentam para a aberturas dos arquivos da Ditadura, mas sempre encontram entraves e desafios intransponíveis. É triste constatar que a grande maioria dos jovens brasileiros não conhece a história do período militar (Enquanto que a luta contra o regime era composta em sua maioria por jovens estudantes). Eles se encontram num quadro de alienação produzido pela condução histórica de nosso país. Conseguimos grandes êxitos no transcorrer dos anos, mas a memória continua fraca, lenta e resistente. A eleição da Presidente Dilma trouxe à tona muito, daquilo que, ainda, tentam esconder, tanto que, procuraram de todas as formas, classificar a sua história política de militância com atos de difamações grotescos, burros e desprezíveis, quando tentavam associar a sua imagem a um quadro de terrorismo. Avançamos e elegemos no Brasil a primeira mulher, a primeira militante de esquerda que participou ativamente da luta contra a ditadura e a primeira mulher guerrilheira. Mas, precisamos avançar mais, para superar as lacunas de nossa história e resgatar a nossa dignidade - resgatar, acima de tudo a verdade.

Em outros países da América Latina, como a exemplo da Argentina, que também passou por um regime ditatorial violento, com uma cifra de 30 mil mortos e desaparecidos, estabeleceu diferentes mecanismos de apuração das violações de direitos humanos. Muitas pessoas que praticaram de crimes contra os direitos humanos, foram levados ao banco dos réus. O Brasil ainda não fez isso. A luta pela verdade precisa prevalecer.

Disponibilizo aqui no Blogui, para assistir e divulgar o Documentário: "O Dia que Durou 21 Anos" de Flávio Tavares e de Camilo Tavares. 

Este documentário foi exibido na TV Brasil, nem todos viram, nem todos querem ver....

O documentário expõe a efervescência da sociedade brasileira no período de 64. Para evitar que Goulart chegasse forte às eleições de 1965, foi criado o IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática), que teria dado cobertura às ações dos Estudos Unidos para derrubar João Goulart.


Documentário Completo:




Episódio 1

Episódio 2

Episódio 3


No Blog do Mello você pode encontrar comentários e outras informações.

*** Material para Download: Projeto Brasil Nunca Mais.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Políticas Públicas para a Mulher: materiais para download



Ganhei alguns livros hoje. Um baita material para pesquisa em Políticas Públicas e, claro, para pensar e trabalhar   na área social.
Nada que seja, assim, de difícil acesso, pois, todas estas traças encontram-se disponíveis para download na Biblioteca (Publicações) da Secretaria de Políticas para a Mulher do Governo Federal. Tem coisas muito boas para pesquisa.
Disponibilizo aqui alguns troços que pensei serem de boa hora.




Para seguir a construção de pesquisa visite, também, a Secretaria de Direitos Humanos do Governo Federal. Ali encontrei umas coisas massa. Livros, filmes... Está bem interessante, mas pode melhorar muito mais, principalmente, com a abertura dos arquivos da Ditadura Militar.


Baixar Livro:




Campanha pela Memória e pela Verdade:




"Para que não esqueça, para que nunca mais aconteça".

sábado, 9 de abril de 2011

Kierkegaard em 90 minutos





Um Kierkegaard para refletirmos:


"Se a ciência fosse desenvolvida no tempo de Sócrates como é hoje, os sofistas e aqueles que pretendiam ensinar filosofia teriam sido cientistas. Teriam pendurado microscópios nas portas para atrair negócios e colocado avisos anunciando: “Aprendam e vejam num poderoso microscópio como a humanidade pensa.” (E ao ler esse anúncio, Sócrates teria dito: “É exatamente assim que se comportam os homens que não pensam.”)"


Soren Kierkegaard (Afonsinas selecionados)


Abaixar Livro: KIERKEGAARD em 90 minutos - Paul Strathern.

O BRASIL DIANTE DO HORROR

Reproduzindo um texto para pensarmos....

Marcos Rolim - 09/04/2011


Theodor W. Adorno disse que, após Auschwitz, seria mesmo impossível escrever poemas.


Com isto, talvez tenha tentado mostrar que depois da radicalidade do mal, mesmo nossos sentimentos haveriam de se alterar profundamente. Não é possível, afinal, ter acesso a uma dor tão disseminada sem que o mundo se mova e outras sejam suas formas. O massacre de Realengo é algo tão absurdamente cruel que é preciso que algo de substancial mude no Brasil. Se há uma homenagem a fazer às vítimas - após o silêncio a ser repartido entre todos como uma pausa para assimilar o que não pode ser compreendido - ela deve se feita nos termos de uma mudança.

Em 1996, em Dumblane, na Escócia, um homem invadiu uma escola e matou 16 crianças e um adulto. O impacto foi tamanho que a população recolheu mais de 700 mil assinaturas, com o apoio da imprensa, pelo banimento das armas de fogo, o que foi assegurado pelo parlamento logo depois.  Desde então, armas de mão (hand guns) só podem ser usadas por policiais, e mesmo assim, apenas por um grupo deles, especialmente treinados. Pois bem, penso que é chegado o momento do Brasil discutir esta proposta. David Coimbra a defendeu em sua coluna de sexta em ZH, em contraste com a névoa de opiniões desencontradas e especulações sem sentido que marcaram boa parte da cobertura jornalística no dia da tragédia.


Precisamos, é claro, reforçar a segurança nas escolas; especialmente para assegurar uma triagem efetiva de visitantes. Mais: toda escola deve possuir um plano minucioso para o caso de tiros em seu interior ou nas vizinhanças. Algo a ser treinado em diferentes versões e com simulações repetidas, de tal forma que todos saibam o que fazer em situações do tipo. Mesmo porque é possível que Realengo se repita naquilo que se convencionou chamar de “efeito copycat” (trabalhei este e outros temas em “Desarmamento: evidências científicas: ou tudo aquilo que o lobby das armas não gostaria que você soubesse”, disponível para download em:http://bit.ly/eDqCgu)


É impossível erradicar o mal da agência humana. Ele diz respeito à condição básica da liberdade mesmo. O que podemos e devemos fazer é diminuir suas possibilidades trágicas, reduzindo o potencial de letalidade da ação. O que será muito mais difícil de fazer com 16 milhões de armas de fogo circulando no Brasil. O assassino de Realengo era, muito provavelmente, um maluco que encontrou na moral sexual tipicamente religiosa o amparo para sua misoginia. Mas fosse só isto, jamais teríamos um massacre. A tragédia se tornou possível, porque o assassino tinha duas armas de mão e muitos carregadores. Sem estes instrumentos delineados para matar, nunca os danos seriam de tal monta. Não por acaso, massacres em escolas ocorrem com tanta freqüência nos EUA, o país com mais armas nas mãos de civis em todo o mundo. A propósito, em 1997, nenhuma criança foi morta por arma de fogo no Japão. 19 foram mortas no Reino Unido; 57 na Alemanha, 109 na França, 153 no Canadá e....5.285 nos Estados Unidos (!).  Queremos caminhar para uma realidade assim?


sexta-feira, 1 de abril de 2011

Deputado Bolsonaro Homofóbico e Preconceituoso

http://www.avaaz.org/po/homofobia_nao/?copy
http://www.avaaz.org/po/homofobia_nao/?rc=fb&ref=nf

ESTÁGIO EM ENFASE SOCIAL




Um resumo de experiência: (Fala proferida aos estudantes do 1° e 2° semestre de Psicologia da UNIJUÍ) 
* Luciana V. K. Mai.

Partiremos de uma primeira questão:
- O que são processos sociais?
Tentando responder:
É aquilo que circunda a condição humana: (movimentos, mudanças, condição sócio-histórica no contexto de cada época). Os processos sociais são referidos as questões macro e micro histórica. Primeiro, a leitura de um todo da sociedade, numa amplitude mais abrangente conforme seus aspectos inerentes ao socios. Depois, e o mais importante, refere-se as questões do indivíduo, as questões do sujeito: as suas singularidades e a sua subjetividade. A partir disso poderemos ter uma leitura dos processos sociais.

Em Psicologia das Massas e Analise do Ego (1921), Freud nos oferece uma “bomba” quando nos diz o seguinte:
“A psicologia individual é ao mesmo tempo uma psicologia social”.

Em meu estágio trabalhei, por exemplo, com o processo de exclusão social, de vulnerabilidade social e com o fenômeno da violência. Na prática trabalhei com várias subjetividades, aquilo que é de cada sujeito e que comumente dizemos: cada caso é um caso, respeitando, assim, aquilo que vem de maneira singular: o pedido, a demanda, o sofrimento de cada sujeito.

Eugène Enriquez nos oferece esta máxima:
“Torna-se claro que o indivíduo não existe fora do campo social... A psicanálise é uma ciência psicosocial tendo como característica perceber que é a outra cena (aquela do inconsciente, aquela do imaginário) é tão interessante quanto aquela do visível, o objeto habitual das ciências sociais”.

O estágio em ênfase social, erroneamente, parece se confundir com um trabalho meramente burocrático, de pesquisas e entrevistas.... Especialmente aquilo que não é da clínica, por exemplo. E, enquanto, estudantes de psicologia, estamos ávidos pelo atendimento clínico. Mas lhes digo, na ênfase social também produzimos uma escuta – a escuta do social, portanto, temos como prática a clínica do social. A ferramenta (instrumento) essencial de qualquer prática referente a psicologia, sem dúvida é a clínica, bem como as suas ferramentas teóricas que garantem um lugar ético e profissional. O método clínico dentro das instituições é o pilar mestre, independente do projeto que se escolhe. No meu estágio procurei marcar uma posição ética a qual, por minhas afinidades, foi a ética da psicanálise.

Meu estágio em ênfase social foi no CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social do Município de Ijuí. O objetivo era trabalhar junto as famílias dos adolescentes que cumpriam medidas sócio-educativas de internação, ou seja, adolescentes infratores.

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