*A Peste Oníricaé um delírio subversivo. Postamos aqui nossas réles "produçõezinhas"; nossos momentâneos surtos de divagações em nome do Real do Simbólico e do Imaginário. Estão aqui nossos ensaios para que possamos alçar outros vôos num futuro próximo. Aproveitem os links, os materiais, as imagens, as viagens. Sorvam nossas angústias, nossas dores e masquem nossa pulsão como se fosse um chiclete borrachento com sabor de nada. Pirateiem, copiem, contribuam e comentem para que possamos alimentar nosso narcisismo projetivo. E sorvam de nossa libido, se assim desejarem.
La consigna
convocante de este XII Congreso Internacional de Salud Mental y Derechos
Humanos nació en las Madres al calor de las luchas populares libradas contra
los estragos del neoliberalismo.
* 5, 6 y 7 de
Septiembre – Buenos Aires/Argentina.
EL OTRO SOY YO:
Como siempre, las
Madres de Plaza de Mayo fueron las primeras en advertir que en nuestro
país se violaban sistemáticamente los
derechos humanos en los manicomios. Ellas los recorrieron buscando, también
ahí, a sus hijos. Ellas padecieron el horror de pensar que sus hijos podrían
estar ahí. Y desde esa empecinada lucha por transformar la muerte en vida,
tomaron las consignas para conquistar los derechos de excluidos de la vida,
confinados en los manicomios.
“El otro soy yo” nos
enseñó que no se trata sólo de locos encerrados, sino de resistir a cualquier
intervención que aplique el poder disciplinario en el campo de la salud, y por
supuesto, de la salud mental. Y eso hizo que entendiéramos que se trata de
todas y todos, de nuestro derecho a la particularidad como única vía para
posibilitar la inclusión.
Coraje para
proponer, las Madres empezaron después del sangriento 2001 a convocar al pueblo
para lanzar en el año 2002, el primer congreso. Siempre adelantadas, siempre
mirando más allá de todos nosotros.
Coraje para decidir,
con las Madres aprendimos a no pedir permiso, a jugarnos con pasión y alegría
en la lucha por la igualdad, y en la solidaridad, y en 2010, logramos la Ley
Nacional de Salud Mental 26657, ley de avanzada, de consenso, ejemplo para nuestros
pueblos. Y esa ley nos dio el marco para legitimar las prácticas que desde
tantos años y desde todo el país veníamos sosteniendo con el cuerpo, como ellas
nos enseñaron.
Coraje para hacer,
es lo que necesitamos ahora. La ley está vigente, no podemos seguir esperando,
ni quejándonos ni confundiéndonos. Ahora
nos toca conquistar los espacios y transformarlos en lugares de derecho, de
alegría, de vida, junto con ellas, que nos llaman, sus hijos.
Y acá estamos este
año, convocados al intercambio, a compartir las experiencias, a reconocernos y
a disfrutar de este encuentro, porque “el otro soy yo” nos hace
revolucionarios, en este proyecto nacional y popular en el que estamos
comprometidos.
Dra. Silvina Rivilli
Directora XII
Congreso Salud Mental y Derechos Humano.
A cidade de São
Paulo sediará entre os dias 05 e 07 de Setembro de 2013, o I Fórum Brasileiro
de Direitos Humanos e Saúde Mental. O Fórum será realizado pela Associação
Brasileira de Saúde Mental – ABRASME, e tem por objetivo debater com os
diferentes atores sociais, as questões referentes aos Direitos Humanos e a
Saúde Mental em suas implicações transversais com os temas como População de
Rua, Uso Abusivo de Crack, Assistência na Reforma Psiquiátrica, Políticas de
Encarceramento, Saúde e Violência em relação a Juventude Negra, Ampliação da
Rede de Atenção Psicossocial, Cultura, Economia Solidária, Democratização da
Comunicação, entre outros.
O Fórum segue a
tradição iniciada com o movimento Madres da Plaza de Mayo, da Argentina,
durante um dos Congressos das Madres, que são marcados pelo debate realizado
por um grande número de militantes dos movimentos sociais da América Latina. O
Fórum, surgido em um dos Congressos, tem a intenção de promover um diálogo onde
as idéias, questões e propostas circulem sem os caminhos específicos de
apresentação de trabalhos somente. No Brasil, o Fórum avança na Luta
Antimanicomial, iniciada no Brasil em fins da década de 1970 pelo Movimento
Nacional de Luta Antimanicomial e pelo Movimento de Reforma Sanitária, após
denúncias de violações aos direitos humanos em pessoas internadas no Centro
Psiquiátrico Pedro II, no Rio de Janeiro, no ano de 1978.
"O sofrimento nos
ameaça a partir de três direções: de nosso próprio corpo, condenado à decadência
e à dissolução, e que nem mesmo pode dispensar o sofrimento e a ansiedade como
sinais de advertência; do mundo externo, que pode voltar-se contra nós com
forças de destruição esmagadoras e impiedosas; e, finalmente, de nossos relacionamentos
com os outros homens. O sofrimento que provém dessa última fonte talvez nos
seja mais penoso do que qualquer outro. Tendemos a encará-lo como uma espécie
de acréscimo gratuito, embora ele não possa ser menos fatidicamente inevitável
do que o sofrimento oriundo de outras fontes".
O Documentário “O Negócio da Revolução” que
denuncia a organização OTPOR-Canvas ou até mesmo divulga seu trabalho, vem de
encontro a tese de que nada escapa as garras do capitalismo contemporâneo.
Tudo é business! “Nada se perde, tudo se transforma”. Nunca este jargão fez
tanto sentido. Financiar revoluções é uma oportunidade e tanto para o mundo dos
negócios globalizados. No entanto, não é de hoje que organizações e governos
demonstram interesses escusos em outras nações para ampliarem suas economias e
negócios. Na América Latina, sabemos que o governo estadunidense agiu
diretamente no fatídico golpe de estado em 1964 no Brasil e nos outros países
latinos na mesma época. Mas a coisa ficou mais refinada, trabalhada e moderna
na contemporaneidade. Com a ascensão dos meios de comunicação cyber os golpes
se legitimaram com um semblante que parece vir diretamente do povo. A tecnologia aprimorou os
golpes de maneira fantástica. Criar uma organização que financia direta ou
indiretamente uma revolução, ao ponto de oferecer workshops aos “revolucionários”
é algo surreal ou nem tanto assim.
Documentário:
O semblante da
revolução financiada (com revolucionários profissionais) e organizada usa da
insatisfação do povo, importante frisar que não é um implante artificial de
insatisfações, pois, ela faz uso do descontentamento original e licito de uma
massa alienada e oprimida. No momento que essa massa é orientada, fortalecida e ouvida a revolução transcorre. O
problema, pois, precisamos problematizar o caso, é quando os interesses tomam
rumos diferentes. Alias, o rumo é um só, pregar a liberdade, a democracia e
romper, assim, com a opressão de um governo sobre seu povo. Mas, vamos pensar na grande falácia da liberdade a partir de uma revolução financiada:
Quais os interesses? Falsa liberdade, falsa democracia. A promessa é falsa desde o princípio, visto que os interesses dos financiadores começam a surgir, como por exemplo,
abertura de mercados e governos manipulados conforme os interesses dos
mercenários, assim, implementam neoditaduras de consumo para grandes
corporações do governo Norte Americano.
Interessante este documentário
vale a pena assistir e analisar. Pode, com certeza, ser pensado com relação ao
que vem acontecendo no Brasil com os levantes populares. Mas se de fato a Otpor-canvas
estivesse envolvida direta/indiretamente com os movimentos aqui, não faria
nenhum sentido a velha militância de lutas antigas estarem ocupando as ruas
pelo Passe Livre. O Movimento Passe Livre é tropicano, antropofágico e
libertário. No entanto, não vamos estranhar se entre os ufanistas, que pegaram
carona no movimento, usem, lá pelas tantas, o Símbolo do Punho Cerrado da
Otpor. Se até os nazifascistas estão
dando as caras, é lógico que tudo pode acontecer. Mas, não entrem em paranoias generalizadas
e deslegitimem o Movimento Passe Livre. Vamos investigar sempre!
A Otpor foi extinta,
virou partido político na Sérvia, assim dizem, quem levanta a sua bandeira no
momento é a organização CANVAS. (http://www.canvasopedia.org/), com sede
em Belgrado, atua em mais de 50 países atualmente. Uma antiga modalidade estadunidense
e, agora, uma nova forma de ganhar dinheiro.
Vale o alerta e as
questões que ficam:
Que futuro existe para
esse tipo de "revolução"?
Governos fantoches e falsas
democracias?
Será que o Movimento "Ocupar
Wall Street" é
financiado pelo governo EUA? (fiquei com muitas duvidas....)
As "revoluções
coloridas" assim são chamadas na Europa oriental (golpes políticos
apoiados pelos EUA)!
#NãoPassarão!
Para gente pensar mais além, outros documentários:
Como
EUA interfere nos países - parte1 - Entrevista John Perkins:
Como
EUA interfere nos países - parte2 - Entrevista John Perkins:
“Os fatos nesta história
são na sua essência verdadeiros, e apenas o acaso impediu que não acontecessem
como o que se conta”. (Fragmento do filme)
A frustração, decepção sofrida
pelos moradores de Guaratiba/Rio de Janeiro, que não mais receberão o papa, se
assemelha e muito com a história contada no filme “O Banheiro do Papa”. Melo
1988 e Guaratiba 2013 é como um túnel do tempo. Calafrio na espinha.
*
O Banheiro do Papa (El
baño del Papa, em espanhol, e Les toilettes du pape, em francês), é um filme
franco-uruguaio-brasileiro de 2007, escrito e dirigido por César Charlone e
Enrique Fernández.
Baseado em um fato
real, o filme retrata o impacto da visita do Papa João Paulo II, em 1988, em
uma cidade do Uruguai, Melo, próxima à fronteira com o Brasil, onde muitos
habitantes vivem de pequenos serviços, como contrabandear de bicicleta,
produtos de consumo comprados em Aceguá, Rio Grande do Sul. A vinda do Papa é
anunciada pela imprensa com grande alarde, noticiando milhares de pessoas no
evento. No panorama de dificuldade de emprego e oportunidades, a vinda do Papa
é vista pela população de Melo como uma oportunidade de abrandar a pobreza.
Um dos muambeiros da
cidade é Beto, que vive em condições financeiras muito difíceis, com a esposa
Carmen e Sílvia, filha que sonha ser jornalista. Para a realização do sonho da
filha, Carmen guarda todas as suas economias. Mas Beto precisa comprar uma motocicleta
para melhorar seus negócios de contrabando e vê na construção de um banheiro
para a visita do Papa a solução.
O diálogo entre as vizinhas
(Teresa e Carmen) é fantástico:
_ Vou vender sanduiche
no dia do Papa!
_ Vai usar o Papa para
fazer negócio?
_ Não, não é negócio.
Vou Trabalhar e aproveitar esse dia, como todos. Valvulina vai montar uma
barraca de chouriços.
_Acredito que virá
bastante gente, sim. Mas me parece que deus castiga essas coisas.
_ Castigo? Castigo são
os políticos que temos agora. O que precisamos é de um milagre.
(Enquanto dialogavam, Teresa
consertava uma torneira: “Não sei
consertar, mas a gente aprende!”)
Outra cena emblemática
do filme é o churrasco entre os vizinhos, com um memorável batuque afrolatino
fazendo o contraponto a visita do pontífice católico. O churrasco representa a união
de um coletivo excluído, a esperança das pessoas e a solidariedade entre os “de
baixo”, a mistura de culturas (negros, latinos, brancos pobres) e o sonho de
fazer e ser. Assim, como o simples gesto de aprender a consertar uma torneira,
podemos mudar, podemos romper. A utopia não pode morrer!
Filme completo:
O filme foi retirado do tube... pse pse pse...
Resta-nos os comentários (da veja ainda por cima, ignorem):
Filme Original em espanhol (parte 1):
Mas o papa acaba não indo a
Melo, muito menos a Guaratiba, para desespero dos moradores.
Para se divertir nesses dias
frios (e nos outros tb), uma listinha humilde com 445 livros anarquistas EM
PORTUGUÊS disponíveis gratuitamente para download.
Entre os autores estão: Malatesta, Kroptkin, Bakunin, além de coletivos como o
Grupo Krisis e Solidarity.
É por essas e por outras que amamos a internet!
Entre no site, siga os passos e
corre pro abraço! Pode-se baixar individualmente ou todo pacote. Observe a
lista de livros no site..!
As três novas teologias contemporâneas (Teologias que respondem ao novo homem da contemporaneidade)
- A Auto Ajuda (Teologia da Autoestima):
Quem escreve ganha
dinheiro, logo é autoajuda, ou seja, ajuda a quem escreveu o livro. A autoajuda
tem dois dogmas teológicos: 1° Se você não se amar, ninguém vai te amar. 2° O
que você pensa acontece. É uma teologia vaidosa e que nos torna deuses
demiurgos, o que eu penso acontece. Ex, livro “O Segredo”. Podemos empurrar a
autora de um prédio e dizer a ela: “Agora voa, pensa que você pode voar, por
que o que você pensa acontece”. A auto
ajuda é uma teologia porque nos faz crer que somos deuses.
- Teologia da Prosperidade: (A teologia das
igrejas neopentecostais):
“Reze e você sairá do
SERASA!”; “Acredite que você adquirirá teu carro novo!”; “Siga essa religião
que você alcançará a gloria!”; “Adquira essa fé e você se tornará uma pessoa
bem sucedida!" Nesta teologia não encontramos mais o deus sofredor
crucificado, aquele deus de tradição medieval. Encontramos o deus vitorioso.
“Com Jesus, eu venço minhas dívidas!”. Ninguém mais prega o deus sofredor, ele
não tem mais lugar. Um deus sofredor não orna mais. Pois, nós queremos um deus
vitorioso de sucesso. Um Cristo na cruz, chicoteado e sofrendo no deserto, não
é mais o modelo para as pessoas. O Cristo vitorioso é o modelo ideal, pois, ele
me faz vencer naquilo que me atrapalha, principalmente no êxito material; na
família feliz, na saúde perfeita. Com este Cristo livre e vitorioso os bens
materiais, também são conquistados a partir da fé.
Historicamente a
Teologia da Prosperidade, é um ensino surgido nas primeiras décadas do século
XX nos Estados Unidos, a partir da interpretação de alguns textos bíblicos como
Gênesis 17.7, Marcos 11.23-24 e Lucas 11.9-10. Aqueles que são verdadeiramente
fiéis a Deus devem desfrutar de uma excelente situação na área financeira. O
pioneiro desse movimento foi o estado-unidense E. W. Kenyon, enquanto o maior
divulgador foi Kenneth Hagin, que influenciou a muitos pregadores nos Estados
Unidos que ganharam reconhecimento mundial. (É bem bacana pesquisar estes nomes
na Wikipédia)
No Brasil, igrejas que
não negam tal ensino são: a Igreja Universal do Reino de Deus, do Bispo Macedo;
a Igreja Internacional da Graça de Deus, do Missionário R. R. Soares; os dissidentes
da IURD, a Igreja Mundial do Poder de Deus, fundada pelo Apóstolo Waldemiro
Santiago; também os dissidente da Igreja Universal, a Igreja Apostólica
Renascer em Cristo, fundada pelo casal Estevam e Sônia Hernandes; além da
Igreja Nacional do Senhor Jesus Cristo, de Valnice Milhomens.
Edir Macedo, Silas
Malafaia, Waldemiro Santiago e o estadunidense Pat Robertson***, que chama essa
teoria de "Lei da Reciprocidade", são defensores da Teologia da
Prosperidade pregando, em suas igrejas, para a salvação e sucesso de seus
seguidores.
***Marion Gordon
"Pat" Robertson é pastor pentecostal, advogado e ex-candidato à
presidência da República dos Estados Unidos e criador do clube dos 700. Fundou
a rede de televisão TBN, Christian Broadcasting Network e a Christian
Coalization, organização destinada a influenciar a política norte-americana.
Foi acusado de colaborar com o ditador Charles Taylor, da Libéria, em troca dos
direitos de exploração de uma mina de diamantes, utilizando-se desonestamente
de meios destinados à caridade (Operação Blessing). Pat Robertson também é
conhecido por afirmações polêmicas sobre vários temas, como, por exemplo, ter
dito que Hugo Chávez deve ser assassinado.
O programa 700 Club (O
Clube 700, no Brasil é veiculado pela Rede 21) recebeu esse nome porque
Robertson conseguiu reunir 700 empresários para financiar o programa. Desde
então passou a ser um programa religioso. Após as eleições de 1988 passou a ser
mais do que um programa religioso. Robertson passou a fazer mais frequentemente
comentários políticos. Entre as afirmações feitas estão a de que Jesus voltaria
em 1982.
Também condenou o
feminismo dizendo que é "matar os seus filhos, praticar feitiçaria,
destruir o capitalismo e tornarem-se lésbicas".
Pat Robertson disse que
os ataques de 11 de Setembro foram "juízos da ira divina contra os
homossexuais, ateus e liberais".
Recentemente, afirmou
que a sequência de desastres naturais são um sinal da volta de Jesus, para
iniciar uma "nova era".
Pat Robertson também é
defensor do criacionismo, chegando a condenar a cidade de Dover por não ter
aceitado o criacionismo nas escolas pública.
Ele também disse que a
doença de Ariel Sharon foi castigo divino por ter "dividido a terra de
Israel". Foi muito criticado pela Liga Anti-Difamação.
Pat Robertson,
em1960 criou a primeira
rede de televisão cristã, a CBN, emVirginia Beach. Hoje, está presente em mais de 70 países. A
Criação pioneira de Pat influenciou a criação, em várias partes do mundo, dos
canais religiosos, em sua maioria pertencentes as igrejas neopentecostais.
- Teologia do Empreendedorismo: (usada, também, como
modelo espiritual uni-se a Teologia da Prosperidade):
Hoje, empreendedorismo é
a pedra de toque de todas as pessoas, especialmente no mercado, para entenderem
que sucesso e fracasso só podem existir se você não tiver ou não conseguir
controlar seu empreendedorismo. Empreendedorismo é a chave do futuro.
Empreendedorismo é
tudo!
A ideia de
empreendedorismo é uma das ideias teológicas mais insidiosas, porque traz para
dentro de mim a censura. Se eu fracassei a culpa é minha. É a internalização
absoluta dessa censura. O sucesso é minha responsabilidade, o fracasso é minha
culpa. Ele (sucesso) ajuda as pessoas porque ele estabelece que coragem,
ousadia, autoestima, iniciativa, fazem parte do sujeito vitorioso. Isto é o
empreendedorismo como processo. O novo homem que atinge a salvação não é mais
São Francisco, não é mais Santo Antônio, não é mais Tomás de Aquino, mas é o
empreendedor. Ele é o modelo de uma teologia imanente, uma teologia da matéria,
que atingindo aquele ponto leva os outros à felicidade.
Este novo homem adquire
a salvação mediante sua iniciativa pessoal, tal como o homem medieval, mas não
é uma iniciativa pessoal em busca de um além, mas é de um hic et nunc,
de um aqui e agora. E o inferno dessa teologia é o fracasso financeiro e
pessoal. Para isso, há livros sobre empreendedorismo. Para isso há treinadores
pessoais que fazem coach, que ficam dizendo "você precisa
confiar em você", "você precisa ter metas", "você precisa
se desenvolver", "você precisa colocar essas metas e repetir 'eu
posso', 'eu sou vitorioso'". Isso que, há alguns anos seria tido como
esquizofrenia ou bipolaridade, hoje é tido como consistência pessoal. O inferno
atual é o fracasso. Vai para o inferno quem não tem iniciativa. Vai para o
inferno quem não se planeja. Vai para o inferno a pessoa que não tem metas. Vai
para o inferno a pessoa pessimista. Este é o inferno atual. Aquele pessimista
que possivelmente seria salvo na Idade Média, hoje ele é o condenado.
Nós precisamos
estabelecer medidas para esse empreendedor. Há uma nova soteriologia - sotero,
em grego, salvador. Há uma nova teologia da salvação. Esta salvação não é mais
uma salvação abstrata ou metafísica. Esta salvação é uma nova forma de evitar
os seguintes pecados, pecados que todo RH, que são os novos departamentos
teológicos do planeta, sabem: quem não é pró-ativo, quem não colabora com a
sinergia da empresa, quem não veste a camiseta, quem não tem metas, quem não
recebe aquela notícia "vamos fazer um treinamento sabe lá onde",
"oba! É tudo o que eu quero! Que bom! É a coisa que eu mais gosto", e
assim por diante, quem não tem criatividade, e assim por diante, quem não sai
da caixinha, e outras fórmulas catequético-teológicas. São fórmulas e essas
fórmulas são feitas, como toda teologia, para prometer felicidade, como toda
teologia, para dizer quem erra, quem é pecador, e como toda teologia, se baseia
numa prática em grego, ascesis, ascese, que é a prática teológica. E para
isso vocês precisam de atividades e novos cultos, e esses cultos litúrgicos, em
qualquer empresa hoje se chamam reuniões. As reuniões, como toda liturgia,
tratam de um tema abstrato. Tem que ter fé para acreditar na reunião. Existe um
sacerdote oficiante e existe um rito. Este rito tem frases ditas por um e
repetidas por todos. Há uns anos era "o Senhor esteja convosco",
"Ele está no meio de nós". Hoje é "bem-vindos à nossa
reunião" e as pessoas sorriem porque é importante ser feliz. Pelo menos é
importante parecer ser feliz para fazer parte da equipe, porque essa não é uma
equipe de losers, é uma equipe de winners. Gente
vitoriosa cresce.
“Dentro dessa ideia do empreendedorismo, é muito curioso que nós nunca fizemos
tantas coisas e nunca fomos tão improdutivos na história humana”.
(Compilação da Apresentação, “Os velhos e os
novos pecados”, Leandro Karnal, no Café Filosófico):
Largo Vespasiano Julio Veppo, 77, Centro – Porto Alegre - RS
O desamparo é uma
experiência fundamental da condição humana e é em torno dela que se constitui a
posição do sujeito no laço social. Freud faz do estado de desamparo
(hilflosigkeit) um conceito de referência em sua obra, enfatizando-o como o
protótipo das situações traumáticas, geradoras de angústia no adulto, pois o
confronta, no tempo presente, com a impotência de seu estado de desamparo
infantil originário. Segundo ele, o mal-estar, a infelicidade e as situações
traumáticas nos chegam de três direções: do sofrimento de nosso próprio corpo,
do mundo externo e das insatisfações ou da violência desencadeadas pelas
relações com os outros. O sofrimento proveniente desta última talvez seja o
mais penoso de todos eles.
A cultura com que
procuramos fazer frente à condição humana e seu inevitável mal-estar nos
defronta com inúmeras situações de vulnerabilidade em seu movimento permanente
de conflito entre civilização e barbárie. Em todas estas situações, o sujeito
está diretamente implicado. Quando somos atingidos, o catastrófico se articula
com o desamparo estrutural e somos confrontados com o trauma do real
irrepresentável.
O desamparo e as
diferentes vulnerabilidades colocam um desafio para a clínica da psicanálise em
extensão. Propomos com esta III Jornada do Instituto APPOA abrirmos o debate
sobre nossas intervenções fundadas no desejo do analista e na ética da
Psicanálise.
PROGRAMA:
Sexta-feira, 23/08/2013
17:30 – Inscrições
18:00 – Abertura – Jaime Alberto Betts (APPOA, Diretor do Instituto APPOA)
Lançamento da Revista da APPOA nº 41/42 – Psicanálise: invenção e intervenção
18:30 – Conferência – O desejo do analista face ao desamparo contemporâneo -
Caterina Koltai (psicanalista, PUCSP)
20:00 – Mesa 1- Passagens:Sujeito e Cultura – Catástrofe e Representação
A colaboração da psicanálise na construção do acolhimento às vítimas do
incêndio na Boate Kiss – Volnei Antonio Dassoler (APPOA, Instituto APPOA,
Secretaria Municipal de Saúde de Santa Maria)
É possível falar sobre esta tragédia? – Luciana Portella Kohlrausch (APPOA,
Instituto APPOA) Imagens apesar da catástrofe – Robson de Freitas Pereira
(APPOA, Instituto APPOA)
Coordenação: Norton Dal Follo da Rosa Jr. (APPOA, Instituto APPOA)
Sábado, 24/08/2013
9:30 – Mesa 2 - Psicanálise e Educação: O que pode a psicanálise no campo da
educação?
Educação impossível? Gerson Pinho (APPOA, Instituto APPOA, Centro Lydia Coriat)
e Larissa Scherer (APPOA, Instituto APPOA)
Crise do vínculo educativo – Roseli Cabistani (APPOA, Instituto APPOA, UFRGS) e
Cristina Pinto Gomes Mairesse (Psicóloga, UNIFIN)
Coordenação: Sonia Ogiba (APPOA, Instituto APPOA)
11:00 – Intervalo
11:15 – Mesa 3 - Psicanálise, Políticas Públicas e Saúde Mental
A clínica e as práticas de cuidado na rede de atenção à infância e adolescência
– Ieda Prates (APPOA, Instituto APPOA, supervisora de CAPSi) e Tatiane Reis
Vianna (APPOA, Instituto APPOA, CIAPS/HPSP)
Brincando de tráfico? Notas sobre o proibicionismo e a internação compulsória –
Sandra Djambolakdjian Torossian (APPOA, Instituto APPOA, UFRGS)
A Casa dos Cata-Ventos: uma aposta na dimensão política do brincar – Anderson
Beltrame Pedroso (Casa dos Cata-Ventos, consultor UNESCO/PIM)
Coordenação: Renata M. C. de Almeida (APPOA, Instituto APPOA, Casa dos
Cata-Ventos)
12:45 – Almoço
14:30 – Mesa 4 - O Desejo do Analista nas Práticas Institucionais
Apoio matricial, uma clínica em extensão – Elaine Rosner Silveira (Secretaria
Municipal de Saúde de Porto Alegre)
“Secretários do alienado”? A psicose e a instituição psicanalítica – Siloé Rey
(APPOA, Instituto APPOA, ULBRA) e Liz Nunes Ramos (APPOA, Instituto APPOA)
Coordenação: Marcia Helena de Menezes Ribeiro (APPOA, Instituto APPOA)
16:00 – Mesa 5 - Imigrantes, Exilados e Refugiados
Do exílio ao asilo: escutas clínicas – Barbara Conte, Alexei Indursky, Daniela
Feijó e Liege Didonet (Sigmund Freud Associação Psicanalítica)
Os tempos do luto – Ana Maria Medeiros da Costa (APPOA, Instituto APPOA, UERJ)
Coordenação: Otávio Winck Nunes (APPOA, Instituto APPOA)
17:30 – Intervalo
17:45 – Conferência – O desamparo da saúde mental infanto-juvenil – Nilson
Sibemberg (APPOA, Instituto APPOA, Centro Lydia Coriat, CAPS-CAIS Mental Centro
- Porto Alegre)
Coordenação: Lucia Serrano Pereira (APPOA, Instituto APPOA)
19:15 – Encerramento
Valores para inscrição:
Após 17/08 e no evento,
se ainda houver lugares: Associados - R$ 90,00; Estudantes de Graduação ou
recém-formados* R$ 100,00; Profissionais - R$ 110,00
• Inscrições pelo site www.appoa.com.br . Após
efetuar o pagamento da sua inscrição pelo site, enviar por fax ou por e-mail o
comprovante de pagamento devidamente preenchido.
• Inscrições mediante depósito bancário, para Banco Itaú, agência 0604,
conta-corrente: 32910-2 ou Banco Banrisul, agência 0032, conta-corrente
06.039893.0-4. Neste caso, enviar, por fax ou e-mail, o comprovante de
pagamento devidamente preenchido, para a inscrição ser efetivada.
* Estudantes de GRADUAÇÃO e recém-formados até 2 anos devem enviar comprovante
por e-mail ou fax.
• Inscrições para grupos informe-se na Secretaria da APPOA.