Quadro "O Pesadelo" de Henry Fuseli (1741-1825)

* A Peste Onírica é um delírio subversivo. Postamos aqui nossas réles "produçõezinhas"; nossos momentâneos surtos de divagações em nome do Real do Simbólico e do Imaginário. Estão aqui nossos ensaios para que possamos alçar outros vôos num futuro próximo. Aproveitem os links, os materiais, as imagens, as viagens. Sorvam nossas angústias, nossas dores e masquem nossa pulsão como se fosse um chiclete borrachento com sabor de nada. Pirateiem, copiem, contribuam e comentem para que possamos alimentar nosso narcisismo projetivo. E sorvam de nossa libido, se assim desejarem.


domingo, 25 de julho de 2010

Arquivo do Programa Roda Viva Disponível para Pesquisa:


Memória Roda Viva é um novo canal de pesquisa na internet, voltado para estudantes, professores e público em geral. Este canal oferece aos internautas um espaço para pesquisa de grandes temas nacionais e internacionais, a partir dos debates exibidos no programa Roda Viva, exibido pela TV Brasil. Os usuários têm acesso às transcrições integrais das entrevistas realizadas nos últimos 24 anos, além de um trecho de vídeo do programa e verbetes informativos.

Mais de quinhentas das principais entrevistas estão disponíveis para consulta e pesquisa. Semanalmente são inseridos outros programas, até que todos estejam na página.

Esse é o resultado de uma parceria entre a Fundação Padre Anchieta, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Selecionamos três links de interesse - Sigam os nomes:


No centenário do surgimento da psicanálise, um debate, com várias abordagens, sobre a teoria proposta por Freud para amenizar nossas inquietações existenciais.


Psicanalista que nasceu na Itália, estudou na Suíça e na França e mora no Brasil há mais de 20 anos, fala de sua coluna na Folha de S.Paulo, do lançamento de seu livro e de várias questões contemporâneas.


Psicanalista francesa defende que, no futuro, a psicanálise seja ensinada na universidade, para que não fique restrita apenas à clínica, garantindo a transmissão do saber psicanalítico.

***
Para conhecer, acesse:  http://www.rodaviva.fapesp.br

domingo, 11 de julho de 2010

Vídeos Baixe e Use - TV Câmara e Comissão de Educação e Cultura



A TV Câmara e a Comissão de Educação e Cultura lançaram, no dia 9 de Junho, o catálogo de vídeos Baixe e Use. Ele oferece material didático de boa qualidade para baixar gratuitamente. São mais de 170 documentários e reportagens especiais divididos por temas, disponíveis na página da TV Câmara.

As produções abordam assuntos como cidadania, direitos humanos e história política brasileira, sempre relacionados com os conteúdos programáticos dos ensinos médio e fundamental.

O Baixe e Use foi criado para suprir as demandas da comunidade escolar e acadêmica, que solicita cópias dos programas da TV Câmara para uso em sala de aula. Saiba mais em:


Os vídeos podem ser copiados e armazenados em qualquer computador ou pen-drive. Estão codificados em um formato que permite a reprodução em qualquer programa de execução de mídia como VLC, QuickTime Player, Windows Media Player, Media Player Classic, Real Video, etc.

As produções estão divididas por eixo temático e categoria de programas.
- Cidadania 
- Educação
- Humanidades
- Comunicação
- Política
- Saúde.....

Vale a pena baixar!

sábado, 10 de julho de 2010

Associação de Saúde Mental de Ijuí - ASSAMI



Para o povo garimpeiro e informado: se liguem, a ASSAMI está de "Blogui" novo. Informações importantes podem ser encontradas por lá, além de se ligar nos eventos e acontecimentos. Dá uma passada. E, pelo que saquei, o povo, também, pode mandar material para postar no Blogui da ASSAMI. Massa!!! E tem mais, todos os sábado à tarde, rola umas oficinas de teatro com o Mestre Juca. Cara, imperdível!!! E pelo que sei a coisa é gratuíta. O link tá lá embaixo, dá uma descidinha...pá... uuuuuuu....

Mas, afinal, o que é essa tal de ASSAMI? Nada haver com ASSIMI pão hoje, ASSAMI bolo amanhã....

Descubra o que é:

A Associação de Saúde Mental de Ijuí - ASSAMI, é uma associação civil de direito privado, sem fins lucrativos, sem distinção de raça, credo e cor, fundada em 28 de janeiro de 2008, com sede na Rua Ernesto Alves n° 399, e foro na cidade de Ijuí-RS, representando os interesses dos usuários, familiares, profissionais e apoiadores da Saúde Mental do Município de Ijuí, com tempo e duração indeterminado e de âmbito local.

A Assami tem alcançado para além das fronteiras locais, ou seja, municípios da região, fóruns nacionais (PNH) e internacionais (Itália, Buenos Aires).

São objetivos da Assami:

> Incentivar o protagonismo dos usuários, familiares, profissionais e apoiadores da saúde mental no fortalecimento da Rede de Atenção Integral à Saúde Mental em Ijuí;

> Congregar os munícipes e instituições afins para promover o debate sobre a saúde mental da comunidade local;

> Promover intercâmbio cultural, social e profissional com todos os segmentos sociais que compartilham objetivos similares;

> Estimular a participação dos associados em eventos locais, Estadual, Federal e Internacional, os quais venham fornecer subsídios para o debate e definições de políticas sociais que garantam a qualidade de vida da população;

> Contribuir para a desmistificação da doença mental e para a inserção social do doente mental como sujeito de direitos e deveres com a sociedade.

Se liga no link:

I Encontro Nacional de Estudantes Antimanicomiais - ENEAMA

4, 5, 6 e 7 de setembro de 2010 em Porto Alegre – RS

Tema: Formação dos Estudantes em Saúde Mental

Público-Alvo: Estudantes de diversos cursos de graduação vinculados a saúde mental, usuários dos serviços substitutivos de saúde mental, familiares, estudantes de residências multiprofissionais em saúde e profissionais da área.
 
O I Encontro Nacional de Estudantes Antimanicomiais será um importante evento para os estudantes do Brasil, bem como para usuários dos serviços e para o fortalecimento da nossa rede.

Esse evento é uma grande oportunidade para fomentar a troca de experiências e idéias, fortalecendo o trabalho com a saúde mental dos futuros profissionais de saúde do Brasil. A sua realização no Rio Grande do Sul o contextualiza em uma região do país que foi pioneira na reforma psiquiátrica, mas que hoje em dia está com sua rede de saúde mental bem aquém do que seria desejável.

O ENEAMA é um chamamento a organização dos estudantes a tomar conhecimento das diferentes realidades e construir uma proposta coletiva de atuação em prol de um mundo antimanicomial!

Participem!!!!

Vejam o Site do ENEAMA: http://www.eneama.cjb.net/

"A Psicanálise dos Contos de Fadas" Bruno Bettelheim (Link atualizado)



Em "A Psicanálise dos Contos de Fadas", Bruno Bettelheim faz uma radiografia das mais famosas histórias para crianças, arrancando-lhes seu verdadeiro significado. O autor mostra as razões, as motivações psicológicas, os significados emocionais, a função de divertimento, a linguagem simbólica do inconsciente que estão subjacentes nos contos infantis.



Para os garimpeiros que se interessam por mais títulos, eis uma dica preciosa:
(Vários títulos para baixar)

Link Corrigido!

O DECLÍNIO DO VALOR SIMBÓLICO DO TRABALHO


*Gonzalo P. Rohleder - UNIJUÍ - 2009.

Pelo presente, discorreremos tratando da problemática referente ao declínio do valor simbólico do trabalho. Questão essa intimamente próxima à conseqüente decomposição da lei simbólica, cujo representante seria o Pai. A partir da psicanálise, exploraremos brevemente esta temática, bem como sua implicações na subjetividade contemporânea. Algumas noções clínicas atuais nos serviram de subsídio nesse estudo, norteando nossa análise para os pontos de maior relevância dentro da proposta acima citada.

Primeiramente, partimos do conceito de trabalho como “atividade correspondente ao artificialismo da existência humana” que segundo Hannah Arendt, seria responsável pela produção de “um mundo artificial de coisas, nitidamente diferente de qualquer ambiente natural”. Através dessa atividade, deslocamo-nos a uma condição além daquela dada pela natureza.

Entretanto, o significado atribuído ao trabalho estaria sujeito a perspectiva sócio-histórica. Com o passar do tempo, cada cultura situou-o de forma particular em seu discurso. Seu valor, portanto, encontrar-se-ia ajustado à escala imaginária construída pelo ideal social de cada época. Escala organizada por uma lógica comparativa, onde o valor fundamental é o valor fálico.

O trabalho seria uma das principais formas de representação do sujeito no discurso social. O valor a ele conferido consideraria o esforço humano como pré-condição para sua elaboração. Isso porque a necessidade e a importância da mão-de-obra delegavam certo reconhecimento ao trabalhador. Ao menos era essa a lógica prevalecente antes da industrialização. Como pode se representar quando a crescente mecanização da produção destituiu o valor simbólico de sua mão-de-obra? Em termos produtivos, o homem entrara numa disputa impossível com a máquina.

Essa produção visaria, através da propaganda e dos recursos midiáticos modernos, a exaltação do objeto produzido. Passa a ser apresentado como necessidade e institui-se uma demanda. Dessa forma, este se inscreve como substituto do “objeto materno recalcado”, tornado sempre presente pelo consumo constante.

A precariedade do trabalho enquanto sistema de intercâmbio social se revela ainda nas lutas reivindicatórias. Se historicamente direitos eram conquistados por meio de manifestações e greves, o peso dessas medidas hoje em dia já é questionável. Em contrapartida, vemos como o trabalhador encontra-se compelido a integrar-se ao discurso da empresa/instituição, “vestindo a camisa” desta. Seu emprego depende disso.

Cientes de que o discurso social referido é o discurso capitalista, acompanhamos essa subversão do saber, situado agora do lado do objeto. Jerusalinsky descreve como“...hoje o sujeito fica numa total dependência para estabelecer seu valor simbólico, de sua equivalência ao objeto. Seja por possuí-lo, seja por fabricá-lo, seja por dominá-lo ou por usufruí-lo, eis como o sujeito encontra seu valor”.

Todo esse discurso seria em nome de um ideal de produção que garante a competitividade da empresa, tornando-a apta a ampliar seu capital – sem resultar necessariamente em benefício para quem nela trabalha. Portanto, as concessões em prol do trabalhador seguem uma estratégia de produção ou derivam da preocupação para com seu bem-estar da parte do “capitalista”?

Lacan em seus últimos seminários fala a respeito do discurso capitalista como sendo destinado a consumir o próprio homem. Consumido enquanto objeto produtivo responsável pela elaboração autômata de seu “mestre absoluto”, o objeto de consumo. Então vemos o humano rebaixado a condição de coisa, e a coisa enaltecida, detentora do saber alienante que a situa como indispensável para a “ascensão” ao gozo.

No dito “Estado Democrático de Direito”, de que democracia estamos falando? Democracia social ou democracia de consumo? Pois bem, o significante “consumidor” nos vêm à mente com muito mais fluência que o significante “cidadania”. Na psicanálise, o primeiro teria uma relação referente à posição do sujeito diante os objetos. Por conseguinte, o segundo seria o exercício de uma posição discursiva do sujeito no social. Qual parece prevalecer?

Sabemos que o declínio do valor simbólico do trabalho produz efeitos em toda conjuntura social. Um dos exemplos é o declínio da função paterna (FP). De que forma um pai explorado, sem reconhecimento social satisfatório e relativamente impotente pode se apresentar referência identificatória? Pois é este um modelo típico nas famílias contemporâneas.

O que se investirá sobre esse pai, para que o mesmo sustente o lugar de rival edípico (falo imaginário) e depositário do desejo da mãe? Se essa dinâmica não se dá a criança não tem apresentado um ideal de eu para orientá-la. O corte entre mãe-filho não ocorre, não há castração e portanto, inscrição simbólica. Sem falta, não há o que ser restituído através dos objetos substitutivos, o falo simbólico. Eis a psicose.

Jerusalinsky aponta que por via dessa peculiar relação objetal - onde a falta passa a ser da ordem da posse real – os laços paranóicos tendem a predominar. Ao menos se essa lógica de quebra dos sistemas de valor continuar regendo tais relações.


Bibliografia:

JERUSALINSKY A. N. . Papai não trabalha mais.. O Valor Simbólico do Trabalho e o Sujeito Contemporâneo.. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2000, v. , p. 9-35

HARENDT, Hannah. A condição humana ¬¬– Ed. Forense Universitária - 1958

J.D. Nasio. Lições sobre os sete conceitos cruciais da psicanálise – pág. 37

LACAN, J. (1969-70) O seminário, livro XVII: O avesso da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1992.

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