Quadro "O Pesadelo" de Henry Fuseli (1741-1825)

* A Peste Onírica é um delírio subversivo. Postamos aqui nossas réles "produçõezinhas"; nossos momentâneos surtos de divagações em nome do Real do Simbólico e do Imaginário. Estão aqui nossos ensaios para que possamos alçar outros vôos num futuro próximo. Aproveitem os links, os materiais, as imagens, as viagens. Sorvam nossas angústias, nossas dores e masquem nossa pulsão como se fosse um chiclete borrachento com sabor de nada. Pirateiem, copiem, contribuam e comentem para que possamos alimentar nosso narcisismo projetivo. E sorvam de nossa libido, se assim desejarem.


sábado, 21 de março de 2009

Abaixando Troços Importantes

Download do Livro: Vigiar e Punir – Michel Foucault:

É só correr pro Abraço – Abaixa pô:
http://www.4shared.com/account/file/16187587/c80dca4c/Michel_Foucault_-_Vigiar_e_Punir.html

http://www.fundamentalpsychopathology.org/art/mar0/13.pdf
Texto da Revista de Psicopatologia Fundamental.
Michel Foucault - Problematização do sujeito.
por:Chaim Samuel Katz

domingo, 8 de março de 2009

Não Conjecturarás em Vão


De repente aparece um louva-a-deus gigante e, logo, você acha que ele quer te comer – você fica numa angústia só. Daí a coisa fala contigo: “Oi, você sabe onde fica a loja da Daspu, qual a rua?” Ó puxa, que alívio! No mínimo você fica meio atordoado, confuso – um louva-adeus consumindo grife, bem, esse mundo tá perdido. Logo, a coisa deixou de ser coisa – ela siderou. No momento que a coisa começa a falar ela deixa de ser um monstro e passa a ser uma parte conhecida, ou reconhecida.

*

O eu ideal é um andrajo que você mesmo criou, assim como na história da roupa do rei.

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O objeto mais valorizado na vida do camarada é a merda. Tá sempre reclamando e dizendo que a vida é uma merda, mas ele tá tão ligado à merda que toda vez que reclama, na verdade, proclama e valoriza a merda – já não pode mais viver sem ela.

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Sonhar com duas garrafas de leite não significa, necessariamente, as tetas da mamãe.

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O único que é feliz é o falo, basta endurecer e trazer a felicidade e, o melhor, brinca-se com ele e sem ele, esteja presente ou ausente.

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Essa é velha, mas vale a pena, denominei de Pacto Perverso:“Os alunos fazem de conta que estudam, os professores fazem de conta que dão aulas e a universidade faz de conta que forma”.

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Freud diz que o amor é um engodo. Na verdade, o amor é um engordo – depois que casa engorda.

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Psicanalistas são como prostitutas – viram, sempre, o objeto de algum sujeito.

sábado, 7 de março de 2009

O Alienista


Para quem quiser saber do Alienista, eis um pequeno resumo da obra e suas relações, no final do texto encontram-se os links que dão acesso ao livro digitalizado. Boa leitura! E não se esqueçam das palavras de Maomé:


“ Veneraveis são os dóidos, pois Alá lhes tirou o juízo para que não pecassem.”
- Machado de Assis -


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Machado de Assis

O Alienista é uma célebre obra literária do escritor brasileiro Machado de Assis. Para alguns especialistas, trata-se de uma novela, outros o consideram um conto. A maioria dos críticos porém, considera a obra um conto mais longo, por causa da sua estrutura narrativa.


Publicado em 1882, quando aparece incorporado ao volume Papéis Avulsos, havia sido publicado previamente em A Estação (Rio de Janeiro), de 15 de outubro de 1881 a 15 de março de 1882. É a base para o tipo de conto brasileiro que viria a seguir, assim como peça fundamental do Realismo. Para muitos, é considerado como o primeiro romance brasileiro do movimento realista. Uma frase dita por Machado de Assis: "Se você não é um homem, então, não têm palavras o suficiente para falar a respeito de outros homens..."


Análise da trama

Observa-se nesta obsessão do alienista em experimentar - e justificar todos os seus excessos como um benefício ao futuro da ciência - uma crítica machadiana ao cientificismo predominante no século XIX.


A obra também é um retrato irônico e cruel do sistema de internação psiquiátrica da época, muito semelhante a um presídio.


Trata-se de um grande médico, que busca reconhecer em que consiste a loucura, mas sendo mais objetivo, tenta desvendar esse grande enigma que o rodeia.


Resumo da trama

Zona de Spoilers: Se ainda não leu o livro, pare agora.


Simão Bacamarte é o protagonista, médico conceituado em Portugal e na Espanha, decide enveredar-se pelo campo da psiquiatria e inicia um estudo sobre a loucura e seus graus, classificando-os. Funda a Casa Verde, um hospício na vila de Itaguaí e abastece-o de cobaias humanas. Passa a internar todas as pessoas da cidade que ele julgue loucas; o vaidoso, o bajulador, a supersticiosa, a indecisa etc. Costa, rapaz pródigo que dissipou seus bens em empréstimos infelizes, foi preso por mentecapto. A tia de Costa que intercedeu pelo sobrinho também foi trancafiada. O mesmo acontece com o poeta Martim Brito, amante das metáforas, internado por que se referiu ao Marquês de Pombal como o dragão aspérrimo do Nada. Nem D. Evarista, esposa do Alienista escapou: indecisa entre ir a uma festa com o colar de granada ou o de safira. O boticário,os inocentes aficcionados em enigmas e charadas, todos eram loucos. No começo a vila de Itaguaí aplaudiu a atuação do Alienista, mas os exageros de Simão Bacamarte ocasionaram um motim popular, a rebelião das canjicas, liderados pelo ambicioso barbeiro Porfírio. Porfírio acaba vitorioso, mas em seguida compreende a necessidade da Casa Verde e alia-se a Simão Bacamarte. Há uma intervenção militar e os revoltosos são trancafiados no hospício eo alienista recupera seu prestígio. Entretanto Simão Bacamarte chega á conclusão de que quatro quintos da população internada eram casos a repensar. Inverte o critério de reclusão psiquiátrico e recolhe a minoria: os simples, os leais, os desprendidos e os sinceros. O alienista contudo, imbuído de seu rigor científico percebe que os germes do desequilíbrio prosperam porque já estavam latentes em todos. Analisando bem, Bacamarte verifica que ele próprio é o único sadio e reto. Por isso o sábio internou-se no casarão da Casa Verde, onde morreu dezessete meses depois, apesar do boato de que ele seria o único louco de Itaguaí, recebeu honras póstumas.


Ligações externas

O Wikisource tem material relacionado a este artigo (dividido em capítulos): O Alienista

Onde Encontrar o Livro:

O Alienista em PDF
Texto do livro na íntegra
audiobook

# E para quem quiser, um pouco mais, dê um chego no endereço abaixo que encontrará um ótimo texto: “Mania de saber: ironia e melancolia em O Alienista, de Machado de Assis”.
http://www.fundamentalpsychopathology.org/art/jun3/6.pdf .
Esse trabalho encontra-se na Revista LatinoAmericana de Psicopatologia Fundamental.

O que é Psicopatologia Fundamental:


Psicopatologia Fundamental é termo empregado, pela primeira vez, há mais de 30 anos, pelo Professor Doutor Pierre Fédida e seus associados, no âmbito da Université de Paris 7 - Denis Diderot onde, mais tarde, foi criado o Laboratoire de Psychopathologie Fondamentale et Psychanalyse, junto com um programa de Doutorado com este mesmo nome.


Psicopatologia deriva-se de três palavras gregas: psychê, que produziu psique, psiquismo, psíquico; pathos, que resultou em paixão, excesso, passagem, passividade, sofrimento e assujeitamento e logos, que resultou em lógica, discurso, narrativa. A psicopatologia seria, então, um discurso sobre o pathos, a paixão que se manifesta no psiquismo, ou seja, um discurso sobre o sofrimento psíquico.


No início do século XX, Karl Jaspers publicou Psicopatologia Geral visando descrever, de forma sistemática, as doenças mentais. Esse importante trabalho deu nome àquilo que muitos médicos faziam, principalmente na França, na Alemanha e na Inglaterra durante todo o século XIX e inaugurou uma rica tradição médica que se manifesta, até hoje, em Tratados de Psiquiatria e em Tratados de Psicopatologia Médica. Essa tradição, que muito contribui para a Psicopatologia Fundamental, está, entretanto, interessada na descrição a mais cuidadosa possível e na classificação das doenças mentais.


A Psicopatologia Fundamental, não dispensando os saberes adquiridos nem pela Psicopatologia Geral, nem por outros saberes que contribuem para a compreensão do sofrimento psíquico - a filosofia, a psicologia, a psicanálise, a literatura, as artes, o jornalismo etc - não está tão interessada na descrição e classificação da doença mental como no que é vivido e expressado pelo paciente, pois baseia-se no pressuposto de que o pathos manifesta uma subjetividade que é capaz, através da narrativa, do relato, do discurso, da expressão em palavras, de transformar a paixão e o assujeitamento numa experiência servindo para a existência do próprio sujeito e, quem sabe, à medida que for compartilhada, para outros sujeitos.


Levando-se em conta o pressuposto de que nenhum conhecimento especializado é capaz de esgotar a compreensão do sofrimento psíquico, as pesquisas realizadas no âmbito da Psicopatologia Fundamental visam encontrar palavras que exprimam, de forma a mais precisa e compreensiva possível, o pathos psíquico que se manifesta na clínica psicoterapêutica. Neste sentido, a clínica psicoterapêutica não segue o procedimento médico visando suprimir o sintoma com o remédio e considerar, com isso, que se produziu uma cura.


Podendo utilizar o remédio como um elemento do tratamento, elemento que deixa de ser um objeto final para ser algo que possui um caráter enigmático e obscuro, a clínica psicoterapêutica, na ótica da Psicopatologia Fundamental, deve estar sempre orientada no sentido de encontrar as condições metodológicas que permitam, tanto ao paciente como ao psicoterapeuta, encontrar palavras que representem, da melhor maneira possível, o pathos que é tratado nesta clínica, pois o que se experimenta, nesta mesma clínica, é que o relato o mais preciso possível sobre o pathos produz uma transformação fazendo desaparecer o sintoma e alterando a estrutura mesma do psiquismo e até mesmo dos cérebros daqueles que estão envolvidos nessa prática.


A Psicopatologia Fundamental é, então, um trabalho que visa tanto a aquisição de uma experiência inerente ao pathos, como produzir efeito terapêutico qualitativo modificando a posição do sujeito em relação a seu próprio psiquismo e, conseqüentemente, alterando sua posição e dinâmica no mundo.


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Referência Bibliográfica


- Bento, Victor Eduardo Silva. "Formulando uma Psicopatologia Fundamental, justificando-a e ilustrando-a a partir da psicanálise", in Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental. Vol. 1, no. 4, dez. 1998, pp. 11-29.


- Berlinck, Manoel Tosta, Psicopatologia Fundamental, São Paulo, Escuta, 2000.- Berlinck, Manoel Tosta. "Catástrofe e representação. Notas para uma teoria geral da Psicopatologia Fundamental". In Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, vol. II, no. 1, março 1999, pp. 9-34.


- Ceccarelli, Paulo Roberto. "A contribuição da Psicopatologia Fundamental para a Saúde Mental". In Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, vol. VI, no. 1, março 2003, pp. 13-25.


- Fédida, Pierre e Patrick Lacoste, "Psicopatologia/Metapsicologia. A função dos pontos de vista", in Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, vol. I, no. 2, junho de 1998, pp. 23-58.


- Fédida, Pierre, "De uma psicopatologia geral a uma psicopatologia fundamental. Nota sobre a noção de paradigma", in Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, vol. I, no. 3, setembro de 1998, pp. 107-121.


- Kupfer, Maria Cristina. "É possível uma Psicopatologia Fundamental da infância?", in Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental. Vol. 1, no. 4, dez. 1998, pp. 101-110.


- Miranda, Ney Branco de. "Os caminhos de uma Psicopatologia Fundamental". In Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, vol. 1, no. 4, dez. 1998, pp. 125-130.


- Pereira, Mario Eduardo Costa, "Formulando uma Psicopatologia Fundamental", in Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, vol. I, no. 1, março de 1998, pp. 60-76.


- Queiroz, Edilene Freire de e Silva, Antonio Ricardo Rodrigues da (orgs.). Pesquisa em Psicopatologia Fundamental. São Paulo: Escuta, 2002.- Singer, Flora, "La paradoja y lo negativo. Aportes para la Psicopatologia Fundamental", in Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, vol. III, no. 1, março de 2000, pp. 131-142.


- Singer, Flora. "La paradoja y lo negativo. Aportes para la Psicopatologia Fundamental". In Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, vol. III, no. 1, março 2000, pp.131-142.


- Singer, Flora. "Psicopatologia Fundamental: de uma cierta transmisión", in Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, vol III, no. 4, dez. 2000, pp. 112-121.


- Sonenreich, Carol, Giordano Estevão e Luis de Morais Altenfelder Silva Filho, "Notas sobre psicopatologia", in Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, vol. II, no. 3, setembro de 1999, pp. 124-145.


Presentation of The Field of Fundamental Psychopathology.


Mário Eduardo Costa Pereira



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